David Gilmour credita a esposa, Polly Samson, pelas transformações necessárias em sua vida. O músico não apenas ganhou uma parceira de vida, mas também uma colaboradora artística que participa ativamente tanto de sua carreira solo quanto esteve envolvida nos momentos derradeiros do Pink Floyd.
No entanto, a relação não ocorreu sem percalços. A droga romantizada pelo rockstar contemporâneo quase colocou um ponto final na relação. Em entrevista ao The Independent, a escritora e poetisa relembrou a última vez que o marido consumiu cocaína e o que a descoberta desencadeou.
Ela começou contando:
“Era um jantar beneficente em um desses grandes hotéis em Grosvenor Place [em Belgravia]. David desapareceu no meio do jantar para ir ao banheiro com seu então empresário. Quando voltou, eu sabia o que tinha feito, pois era algo que ele prometeu que não faria; muito cedo ele me prometeu. Eu apenas disse: ‘Você acabou de usar cocaína?’. E ele não consegue mentir para mim. Estava com uma taça de champanhe na mão e fui jogá-la na sua cara, mas ele se abaixou. Acabei acertando Douglas Adams (autor de ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’). Fiquei tão chocada com o que tinha feito que saí correndo.”
A situação escalonou para um ponto que começou com contornos de drama e acabou em comédia romântica. Samson diz:
“A história piora. Saí pela Park Lane, realmente chateada, e ele correndo atrás de mim, dizendo: ‘Nunca mais farei isso’. ‘Tarde demais, tarde demais, você estragou tudo’. Eu estava ganhando velocidade, então a polícia viu esse homem me seguindo e perguntou se ele estava me incomodando. Eu disse que sim e foram pegá-lo, mas então o policial disse: ‘Você é Dave Gilmour’. Com isso, nós dois começamos a rir, foi muito engraçado. Isso meio que salvou a situação, pois eu achei horrível e engraçado ao mesmo tempo.”
O reconhecimento de David Gilmour
O próprio David Gilmour reconhece que passou do ponto e, não fosse pela interferência de Polly, não sabe a que ponto teria chegado. Mas ele garante que, após o incidente relatado, não tocou mais na substância.
“Houve um tempo em que eu estava deixando as coisas fluírem, bebendo demais, muita cocaína, todo esse tipo de coisa. Isso parou quando nós começamos a nos relacionar. Polly foi minha salvadora e eu não cheguei perto de nenhuma dessas coisas já faz mais de 30 anos.”
O guitarrista e vocalista finalizou se aprofundando no que o levou ao fundo do poço no período.
“Eu estava tendo dificuldades com meu grupo pop, meus relacionamentos, todo esse tipo de coisa. No começo dos anos 80, passei por um momento realmente torturante; eu realmente não percebia se estava fora de controle, mas provavelmente estava. Não vou te chamar de presente, Polly, mas algo surgiu na minha vida que era real, e ela não toleraria isso [drogas]. Eu só precisava de um empurrãozinho, realmente, para deixar tudo para trás.”
“Luck and Strange”, o álbum e a turnê
David Gilmour lança o álbum solo “Luck and Strange” no próximo dia 6 de setembro. O trabalho conta com nove faixas – além de duas bônus para a versão em CD. Além de Polly Samson, o músico trabalhou com o co-produtor Charlie Andrew (Alt-J, Marika Hackman).
Outros colaboradores incluem Guy Pratt (músico frequente do Pink Floyd), Steve Gadd e Roger Eno, entre outros. A capa é de Anton Corbijn e foi inspirada em uma letra escrita por um dos filhos de Gilmour, Charlie, para a faixa final do álbum, “Scattered”.
Há outros familiares envolvidos: Romany Gilmour toca harpa e faz vocais principais em “Between Two Points” (cover de Montgolfier Brothers), enquanto Gabriel Gilmour canta backing vocals no geral.
A turnê terá um formato diferente, ao menos em seu princípio. Ao invés de viajar com frequência, a banda fará séries de shows em poucos locais. De 27 de setembro a 3 de outubro, o grupo terá Roma, Itália, como sede. Entre 9 e 15 de outubro, Gilmour tomará conta do palco do lendário Royal Albert Hall em Londres, Inglaterra.
Os derradeiros compromissos até o momento se darão nos Estados Unidos. Em 25 de outubro, o músico toca em Inglewood, Califórnia, arredores de Los Angeles. A cidade de LA recebe o giro nos dias 29, 30 e 31 do mês. Fechando de vez a agenda, de 4 a 10 de novembro é a vez do Madison Square Garden, em Nova York.
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