Uma parte dos fãs do Deep Purple nunca conseguiu assimilar a fase da banda com Steve Morse na guitarra. Apesar de um músico competente, cujo currículo fala por si, o instrumentista contava com uma abordagem mais jazzística. Isso o fazia perder um pouco do vigor e agressividade impostos por Ritchie Blackmore.
Em entrevista a Gabriel Zorzetto para o Estadão, Ian Gillan foi perguntado sobre o fato de a banda estar colocando mais músicas novas e lados B durante os shows recentes. A resposta do vocalista acabou ecoando parte do descontentamento dessa parcela do público.
Disse o cantor:
“Você pode assumir riscos, mas não adianta colocar músicas que não se encaixam. E esse foi o caso dos álbuns anteriores. Os últimos dez álbuns ou mais não necessariamente foram compatíveis com a música tradicional do Deep Purple. E então, só trouxemos talvez uma ou duas músicas e elas não duraram muito.”
Ian Gillan aprova “=1”
Ian Gillan aproveitou para exaltar o material do novo disco, “=1”, que marcou a estreia em estúdio de Simon McBride – um guitarrista mais de acordo com a pegada roqueira. O frontman declarou:
“Mas agora temos música que é compatível, então não há risco nenhum. É uma decisão natural, bastante orgânica.”
Deep Purple nas últimas décadas
Com Steve Morse, o Deep Purple lançou sete álbuns de estúdio com material inédito: “Purpendicular” (1996), “Abandon” (1998), “Bananas” (2003), “Rapture of the Deep” (2005), “Now What?!” (2013), “Infinite” (2017) e “Whoosh!” (2020). Em 2021, ainda saiu o trabalho de covers “Turning to Crime”.
“=1” foi disponibilizado dia 19 de julho. Todas as faixas foram assinadas pelos cinco membros da banda e o produtor Bob Ezrin. O disco chegou ao Top 20 em 16 paradas europeias. Foi número 1 na Alemanha, Suécia e Suíça – além de o play independente mais vendido no Reino Unido na semana inaugural.
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