Não é segredo que a discografia do Dream Theater é marcada por músicas longas. Logo no álbum de estreia, “When Dream and Day Unite” (1989), certas faixas superam os oito minutos de duração. Porém, em outros discos, o número fica ainda mais impressionante.
Algumas canções até mesmo passam dos 20 minutos. Por exemplo, “Six Degrees Of Inner Turbulence”, dividida em partes e presente no material de mesmo nome lançado em 2002, chega aos 42 minutos.
Durante recente entrevista ao site Tramamos, Mike Portnoy explicou como a banda começou a criar faixas mais extensas do que o convencional. Segundo o baterista, que retornou à formação no fim de 2023, as ideias para canções maiores surgiram de maneira natural ao longo dos processos de composição.
Primeiramente, o músico deu um panorama do histórico do grupo:
“Não foi uma decisão consciente, foi uma decisão natural da música. Quando a gente começou, com ‘When Dream and Day Unite’, as canções eram de 5 a 8 minutos de duração, no geral. Mas quando começamos a escrever ‘Images and Words’, a gente tinha ‘Learning to Live’, que tinha 11 minutos. Canções como ‘Take the Time’ e ‘Pull Me Under’ tinham 8 ou 9 minutos. E ‘Change of Seasons’ que escrevemos para o ‘Images and Words’ tinha quase 20 minutos.”
Em seguida, o integrante pontuou que, para ele e os colegas, é importante idealizar faixas que abrangem toda uma “jornada”, independente de seu tamanho. O essencial é fornecer “o que a música precisa”, como declarou:
“Então a gente determinou desde o começo que essa era a forma que estávamos confortáveis para escrever. Nós somos um tipo de banda que escreve uma música até sentirmos que atingiu o final da jornada, não importando o quão longa será essa jornada, 5 ou 20 minutos. Não nos preocupa, é mais sobre o que a música precisa.”
Sem músicas longas em dado momento
Porém, o próprio reconhece que nem sempre o Dream Theater teve abertura para lançar faixas fugindo do modelo padrão. Durante a década de 1990, a gravadora East West Records quis controlar o trabalho dos músicos, ao ponto de influenciar a duração do disco “Falling into Infinity” (1997) – cuja grande maioria das canções não ultrapassam os cinco minutos, apesar das exceções.
A respeito de tal contexto, o baterista relembrou:
“Sorte nossa que conseguimos dar o nosso próprio rumo com a nossa música. Teve um período na banda que foi bem frustrante porque durante a metade dos anos 90, a gravadora estava tentando se envolver, encurtar as canções e controlar a nossa música. Foi uma grande frustração que, por muitos anos, foi bem difícil. O álbum ‘Falling Into Infinity’ foi um resultado direto da gravadora tentando controlar a música e encurtar as canções. Porém, foi com ‘Scenes from a Memory’ que conseguimos ter o controle da música novamente. Produzir o álbum nós mesmos e dizer à gravadora que se eles querem a banda, é isso que terão. Mas nem sempre foi fácil.”
Em inúmeras ocasiões, Portnoy destacou as dificuldades encontradas pelos integrantes na gravação do álbum em questão. O artista até mesmo afirmou que perder o controle criativo à época fez quase com que a banda se separasse, como publicado pela Ultimate Guitar. Apesar dos esforços em torná-lo um material mais “simples” e comercial, o disco não vendeu como o esperado.
Dream Theater com Mike Portnoy atualmente
A partir de outubro, o Dream Theater volta à estrada para celebrar quatro décadas de história. A “40th Anniversary Tour 2024-2025” será iniciada na Europa e passa pelo Brasil em dezembro com quatro apresentações. Rio de Janeiro (13/12 – Vivo Rio), São Paulo (15/12 – Vibra), Curitiba (16/12 – Live) e Porto Alegre (17/12 – Auditório Araújo Vianna) estão na agenda.
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