Kiko Loureiro indica disco e guitarristas brasileiros dos anos 70 para americanos

Em dinâmica realizada pela Guitar World Magazine, músico citou alguns de seus artistas e trabalhos favoritos

Kiko Loureiro tem diversas referências na guitarra. Para a edição mais recente da revista americana Guitar World, com temática sobre o instrumento na década de 1970, o músico brasileiro foi convidado a citar alguns de seus artistas e trabalhos favoritos especificamente do período.

Quando perguntado a respeito de um ótimo álbum pouco conhecido, ele destacou “Geração de Som” (1978), primeiro disco solo de Pepeu Gomes. Membro do grupo Novos Baianos, o guitarrista de 72 anos já foi considerado pela própria revista em 1988 um dos dez melhores guitarristas do mundo na categoria de nome genérico “world music” — sendo apelidado de “Jimi Hendrix brasileiro” na ocasião. 

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Em seguida, ao ser perguntado sobre um “herói desconhecido” do instrumento, optou por Toninho Horta. Além de ter trabalhado nas gravações do álbum Clube da Esquina (1972), o guitarrista de 75 anos tocou com nomes como Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Pat Metheny e mais.

Conforme o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Horta foi eleito pela revista britânica Melody Maker como um dos 10 melhores guitarristas do mundo tanto em 1977 quanto em 1978. O próprio Kiko já o chamou de “mestre da harmonia” em outra ocasião.

Outros favoritos de Kiko Loureiro nos anos 1970

Nomes internacionais também apareceram entre suas preferências setentistas. Como guitarrista da década, o ex-integrante do Angra e Megadeth mencionou Eddie Van Halen, enquanto citou “Stairway to Heaven”, do Led Zeppelin, como a faixa dona do melhor solo. Como já contado pelo próprio, a banda marcou o início de seus aprendizados no instrumento de seis cordas. 

Por fim, evidenciou “Immigrant Song”, do mesmo grupo, ao opinar sobre um riff de destaque, e decidiu por “Blow by Blow” (1975), de Jeff Beck, como o melhor disco de guitarra. Não surpreende, visto que, no passado, descreveu o saudoso músico como “inovador e sempre relevante”. 

Além do brasileiro, participaram do quadro Jared James Nichols, Doug Aldrich, Mike Campbell, Warren Haynes, Vernon Reid, Sophie Lloyd, Jennifer Batten, Paul Gilbert, Tommy Emmanuel, Nili Brosh, Steve Lukather, Charlie Starr, Kirk Fletcher, entre outros.

Pepeu Gomes no Megadeth?

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Kiko Loureiro fez parte do Megadeth entre 2015 e 2023. Durante a permanência na banda, o guitarrista recebeu elogios inúmeras vezes do patrão e líder Dave Mustaine, que chegou a tratá-lo como “o melhor guitarrista que já tivemos”. Curiosamente, outro brasileiro alega ter sido convidado para o grupo em décadas passadas: o próprio Pepeu Gomes. 

Durante entrevista a Arthur Franquini no início dos anos 2000, o músico dos Novos Baianos revelou ter sido chamado para fazer parte do icônico grupo de metal americano. O ano não foi revelado, mas ambos foram atrações do Rock in Rio em 1991.

“Não fiz teste, na verdade eles fizeram uma proposta indecente. E eu não topei, porque… talvez se eles fizessem hoje eu até topasse, mas eu estava em outra. Sou um cara muito nacionalista e achei que o Brasil precisava mais de mim naquele momento do que participar do Megadeth. […] Pelo que o produtor deles me falou, eles saem em turnê por um ano. É muito tempo. Eu não conseguiria ficar longe da família. E sou muito brasileiro. Mas me senti muito lisonjeado.”

Desde então, muitas pessoas questionaram a veracidade da fala de Pepeu. Em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, exibida em outubro e transcrita pelo site IgorMiranda.com.br, Kiko foi perguntado sobre essa história e deu uma resposta diplomática.

“Nunca ouvi essa história por parte do Dave, mas entendo que as duas verdades podem coexistir. Foi meu caso também. Não sei se foi isso, mas muitas vezes, aparece o manager… é muito bem estruturado, então às vezes o manager faz uma lista e entre os nomes estava o de Pepeu Gomes. E alguém o contatou através do manager antes do Dave saber.”

O ex-integrante do Angra, então, detalhou um pouco mais o processo ao qual foi submetido:

“Quando eu entrei, também existia uma lista, que eu nem sei quem estava lá. E teve uma peneira ali até que, no fim das contas, só eu fui falar com Dave. Então, essas duas verdades podem coexistir.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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