Ozzy Osbourne estabeleceu uma amizade com Lemmy Kilmister na virada dos anos 1970 para os 80. A relação acabou virando uma parceria no sexto álbum de estúdio do Madman, “No More Tears” (1991). É daí que surgiu a melhor música do Príncipe das Trevas, segundo o próprio.
Recentemente, Osbourne concedeu uma entrevista à Metal Hammer para abordar sua introdução ao Rock and Roll Hall of Fame. Durante o bate-papo, o artista precisou escolher a canção mais significativa de sua discografia e optou justamente por uma que contou com a composição do saudoso líder do Motörhead: “Mama, I’m Coming Home”.
Ele explicou:
“Tenho uma relação sentimental com ‘Mama, I’m Coming Home’. Eu não compus a letra e sim, Lemmy, mas eu disse para ele exatamente o que eu queria falar [na letra].”
De qualquer forma, o cantor deixou claro que não necessariamente tem trabalhos favoritos dentro de seu catálogo. Cada um representou momentos diferentes de sua vida e, por isso, não é capaz de selecioná-los:
“Eu realmente não tenho um trabalho favorito. As pessoas sempre perguntam qual é o meu álbum favorito que fiz e eu não tenho um! Eles são discos que refletem diversão, ou caos, ou foram feitos enquanto eu estava tendo um momento miserável. Cada um é um reflexo de mim naquele momento.”
Sobre “Mama, I’m Coming Home”
“Mama, I’m Coming Home” saiu como single do álbum “No More Tears”. Na letra, Ozzy aborda a relação com Sharon Osbourne, sua esposa desde 1982 e também empresária, e as saudades de casa nos momentos em que esteve longe.
É uma das quatro canções assinadas por Lemmy no disco, além de “I Don’t Want to Change the World”, “Hellraiser” e “Desire”.
A amizade entre Ozzy Osbourne e Lemmy Kilmister
Como mencionado, a amizade de Ozzy Osbourne e Lemmy Kilmister data da virada dos anos 1970 para os 80. À época, o ascendente Motörhead levou o Madman, no início da sua carreira solo, para uma turnê britânica. O cantor retribuiu convidando a banda para um giro pelos Estados Unidos, onde gozava de maior prestígio em comparação com o trio.
Em entrevista à Metal Hammer em 2022, Ozzy lembrou o amigo, falecido em dezembro de 2015. Ele disse:
“Penso em Lemmy o tempo todo. Era um grande cara, capaz de dizer ‘Esse disco que você lançou é uma merda’ ou ‘Realmente gostei desse álbum’. Seu preferido era ‘No More Tears’. Quando me falava isso eu respondia ‘Claro, seu idiota, você ajudou na composição’.”
Curiosamente, o último encontro da dupla aconteceu justamente por esses lados do mapa.
“Eu fui para a América do Sul e ele estava lá em turnê, mas estava tão fodido que não conseguia falar com ninguém. Ele estava sentado na frente, magro como um ancinho. Já tinha câncer. Lembro que virou para mim e disse: ‘Provavelmente vou morrer, suponho. Nunca pensei que faria 70, então me saí bem.’ Suas palavras exatas foram: ‘Eu poderia ter vivido muito mais e cuidado de mim mesmo, mas vivi minha vida do jeito que quis e não me arrependo.’ Justo!”
Sobre “No More Tears”
Lançado em setembro de 1991, “No More Tears” marcou a retomada da carreira de Ozzy Osbourne após momentos polêmicos, incluindo uma prisão por tentativa de assassinato de sua esposa. O cantor vendia a imagem de uma pessoa sóbria, embora a realidade fosse outra nos bastidores.
Foi o último disco a contar com o baixista Bob Daisley – Mike Inez (Alice In Chains) aparece no material promocional como membro da banda – e o baterista Randy Castillo. Vendeu mais de 6 milhões de cópias, sendo um dos trabalhos mais bem-sucedidos da carreira do britânico.
A turnê de divulgação, apropriadamente chamada de No More Tours, marcou a primeira despedida de Ozzy dos palcos. Obviamente, não demorou muito para ele mudar de ideia.
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