Depois de um grave acidente aéreo em 2008, Travis Barker desenvolveu fobia de viajar de avião. Por 13 anos, o baterista do Blink-182 utilizou apenas transportes terrestres e aquáticos para locomoção – incluindo para shows.
Tudo mudou em agosto de 2021, quando voltou a voar novamente com o apoio da empresária e esposa Kourtney Kardashian. Com a superação, até mesmo a logística de excursionar com a banda virou mais fácil.
No entanto, a questão começou a pesar para o músico já no fim do ano passado. Pelo X/Twitter em outubro último, ele admitiu que ainda continuava com problemas em voar e que tinha uma perspectiva negativa de aeronaves.
“Eu ainda odeio voar. Adoro fazer turnês e tocar música, mas infelizmente associo viajar e voar à morte. Eu sou forte e nada pode me impedir de viver a vida.”
Agora, a tragédia ocorrida no Brasil com um voo da VoePass no dia 9 de agosto afetou o baterista a tal ponto que ele decidiu parar de voar por um tempo. Tanto é que preferiu terminar a turnê do Blink-182 na Europa, finalizada no último dia 30 de agosto, de ônibus.
Um voo doméstico regular operado pela companhia mencionada caiu no condomínio residencial Recanto Florido, no município de Vinhedo, em São Paulo, e matou todas as 62 pessoas a bordo — sendo 58 delas passageiros. Investigações sobre o caso ainda continuam.
Ao saber da notícia, como revelado para o Wall Street Journal (via Loudwire), o baterista ficou em choque. Ele contou:
“Eu me sentia bem há um tempo. Mas aquele acidente de avião no Brasil me fez entrar em um ciclo negativo quando eu estava na Europa. Deus abençoe as almas de todas essas pessoas [que estavam no voo]. Fiquei afetado mais do que nunca em muito tempo e isso me levou a ter um dos pesadelos [sobre voar] mais reais que tive desde o meu acidente e não consegui voar pelo resto da turnê.”
Como destacado pelo próprio, foram necessárias muitas viagens de ônibus para terminar o itinerário do giro em divulgação ao álbum “One More Time…” (2023). Considerando o continente europeu, a banda passou recentemente pela Irlanda, Irlanda do Norte, Inglaterra e Escócia.
Ainda há alguns compromissos do trio em festivais norte-americanos entre setembro e novembro. Segundo Barker, é provável que continue deixando os voos de lado pelo menos até o fim do ano:
“Fiz 15 viagens de ônibus de 19 horas, peguei balsas. Só precisei fazer um voo para a Europa de ida e volta. Mas não estou em momento favorável para voar agora e vou viajar de ônibus o resto do ano. Tenho meus bons e maus momentos e agora estou realmente com gatilho.”
O acidente de Travis Barker
Em setembro de 2008, Travis Barker sofreu um acidente aéreo. Seu avião particular caiu a caminho de Van Nuys, na Califórnia.
O baterista e seu parceiro musical Adam “DJ AM” Goldstein (que morreu por overdose posteriormente) foram os únicos sobreviventes. Já os dois pilotos, o assistente Chris Baker e o segurança Che Still faleceram.
Apesar de ter sido agraciado com a preservação de sua vida, Travis sofreu intensas sequelas. Ele sofreu queimaduras nos pés e precisou de quase 3 meses para se recuperar plenamente.
No período, sofreu com sua saúde mental e cogitou tirar a própria vida. Foi quando adotou uma nova dieta vegana, livrou-se de vícios antigos e lutou contra a depressão e a síndrome do estresse pós-traumático.
** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.
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