Praticamente quatro décadas se passaram desde que Roger Waters rompeu com o Pink Floyd. Ainda assim — e mesmo com a banda já inativa —, David Gilmour segue sendo convidado a falar sobre o ex-colega.
Desta vez, em sessão de perguntas e respostas promovidas pelo The Guardian, o guitarrista foi questionado por um fã se aceitaria subir ao palco novamente com o baixista. O retorno foi direto.
Ele afirma:
“Absolutamente não. Eu tendo a ficar longe de pessoas que apoiam ativamente ditadores genocidas e autocráticos como (o presidente da Rússia, Vladimir) Putin e (o presidente da Venezuela, Nicólas) Maduro.”
Gilmour, na sequência, fez críticas a posicionamentos em especial de Putin, que tem histórico de repressão à comunidade LGBTQIAPN+ em território russo. O músico diz:
“Nada me faria dividir o palco com alguém que acha que tal tratamento às mulheres e à comunidade LGBT é ok.”
Com quem David Gilmour tocaria
Em sua mesma resposta, David Gilmour destacou que adoraria tocar novamente com outro ex-colega de Pink Floyd. Infelizmente, não é mais possível realizar tal desejo, visto que o músico citado faleceu em 2008.
“Por outro lado, eu adoraria estar de volta ao palco com Rick Wright (tecladista), que foi uma das pessoas mais gentis e musicalmente talentosas que já conheci.”
O conflito com Roger Waters
Entre idas e vindas, a relação de Roger Waters e David Gilmour pode ser considerada uma das mais instáveis da história da indústria musical. Os dois romperam nos anos 1980, quando o baixista e vocalista deixou o Pink Floyd. Após batalha judicial, o guitarrista conseguiu o direito de manter o nome.
Em 2005, aconteceu o reencontro no Live 8. As trocas de gentilezas continuaram e culminaram em uma aparição de Gilmour na agora lendária turnê “The Wall Live”, no ano de 2011. Junto ao baterista Nick Mason, os dois ainda assinaram um manifesto a favor de ajuda humanitária aos palestinos meia década depois.
No entanto, em tempos recentes, a coisa degringolou novamente. Começou após uma troca de farpas pública por conta de textos usados na reedição do álbum “Animals” (1977). Com a invasão russa à Ucrânia, a situação foi de rompimento definitivo. Apesar de condenar Vladimir Putin, Waters não ficou ao lado de Volodymyr Zelensky devido a acusações de ligações do presidente ucraniano com células neonazistas — ainda que estas não sejam maioria no Exército nem façam parte do governo do país — e, nas palavras do músico, “provocações” que teriam levado ao conflito.
Provocações
Em 6 de fevereiro de 2023, a escritora Polly Samson, esposa de David Gilmour, escreveu em suas redes sociais:
“Infelizmente, Roger Waters, você é antissemita até a medula podre. Também um apologista de Putin e um mentiroso, ladrão, hipócrita, sonegador de impostos, dublador, misógino, doente de inveja, megalomaníaco. Chega de suas bobagens.”
Na época, David compartilhou a postagem e acrescentou: “Cada palavra é comprovadamente verdadeira”.
Em entrevista recente à Rolling Stone, determinado a encerrar o tema, ele explicou:
“As pessoas falam sobre a batalha, mas para mim é uma coisa unilateral que vem acontecendo desde que ele saiu com diferentes níveis de intensidade. Polly sentiu que tinha que dizer sua parte. Eu concordei e disse isso. Novamente, é só isso. Eu realmente não tenho nada extra para acrescentar, nenhuma outra luz para iluminar o assunto.”
David Gilmour, “Luck and Strange” e turnê
“Luck and Strange”, novo álbum solo de David Gilmour, saiu no início de setembro. A turnê de divulgação começou no último final de semana no Circo Massimo, em Roma, Itália. Registros das duas primeiras apresentações podem ser conferidos clicando aqui.
O formato de várias datas em um mesmo local será adotado durante toda a excursão. A ideia é poupar o músico de 78 anos de viagens extensas e em curtos períodos.
Entre 9 e 15 de outubro, o músico sobe no palco do lendário Royal Albert Hall em Londres, Inglaterra. Os derradeiros compromissos até o momento se darão nos Estados Unidos. Em 25 de outubro, o show é em Inglewood, Califórnia, arredores de Los Angeles. A cidade de LA recebe o giro nos dias 29, 30 e 31 do mês. Fechando de vez a agenda, de 4 a 10 de novembro é a vez do Madison Square Garden, em Nova York.
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