Em 1989, o Pink Floyd realizou suas únicas apresentações na União Soviética. Os cinco shows aconteceram em 3, 4, 6, 7 e 8 de junho daquele ano. A ocasião não apenas foi histórica do ponto de vista artístico como rendeu um convite inusitado a David Gilmour, que quase se tornou um cosmonauta.
O próprio vocalista e guitarrista lembrou a situação durante uma sessão de perguntas e respostas com leitores do jornal The Guardian. Começou com uma pergunta de um fã, que o questionou sobre a possibilidade de realizar uma viagem para fora do planeta.
Respondeu o músico:
“Fui convidado para viajar ao espaço, curiosamente. Nós tocamos em Moscou – quando não tínhamos vergonha de fazer isso – e eles me perguntaram se eu queria ir ao espaço.”
O motivo para a negativa foi uma fragilidade nos equipamentos, de acordo com o artista.
“Eu tinha visto seus foguetes e suas cápsulas no museu espacial em Moscou. Quase me c@guei e disse: ‘Não, obrigado’. Eles eram frágeis, presos com porcas e parafusos.”
Pink Floyd no espaço
Apesar da negativa de Gilmour, o Pink Floyd já havia estabelecido uma relação com o espaço menos de um ano antes. Em 28 de novembro de 1988, o álbum ao vivo “Delicate Sound of Thunder” – lançado seis dias antes – foi levado ao espaço em uma fita cassete pelos cosmonautas Sergei Krikalyov e Alexander Vokov.
David foi junto com o baterista Nick Mason até o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, acompanhar o lançamento da nave Soyuz TM-7. À época, o terceiro líder do grupo declarou, conforme resgate da Classic Rock:
“Dizer que estamos entusiasmados com a ideia de ser a primeira banda de rock a ter a música tocada no espaço é um eufemismo.”
A estação espacial para onde os soviéticos se dirigiram permaneceu ativa até 2001, quando um processo gradual de desorbitação começou. Ela finalmente reentrou na atmosfera da Terra em março daquele ano, queimando e fragmentando-se no Oceano Pacífico Sul, perto de Fiji, presumivelmente com a fita do Pink Floyd ainda a bordo.
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