A opinião de Dinho Ouro Preto sobre sertanejo no Rock in Rio

Vocalista do Capital Inicial entende que artistas do gênero "já têm o Rock in Rio deles, que é Barretos", mas pontua que evento em 1985 já era eclético

Em sua mais recente edição, o Rock in Rio incluiu pela primeira vez no lineup artistas ligados ao sertanejo. Nomes como Chitãozinho e Xororó, Ana Castela e Simone Mendes tocaram no festival no chamado “Dia Brasil” – realizado somente com atrações nacionais no último dia 21 de setembro.

Desde seu anúncio, a novidade gerou polêmica nas redes sociais. Ao justificar tal escolha na curadoria, Roberto Medina, fundador do evento, afirmou que o gênero musical “é a música mais ouvida no Brasil” e que “tem que ter todo mundo no festival”. 

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Mas, para Dinho Ouro Preto, os artistas do sertanejo “já têm o Rock in Rio deles”. Conversando com o podcast g1 Ouviu, o vocalista do Capital Inicial destacou como o festival representava até então o momento de outros estilos brilharem e receberem destaque, enquanto o sertanejo ganhava outras oportunidades.

Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, ele disse:  

“Gerou polêmica [a inclusão do sertanejo no festival]. O meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles. Eles têm Barretos. Eu via o Rock in Rio como a nossa Marquês de Sapucaí, era a nossa vez, era a nossa turma.”

O cantor reconhece que, logo em sua estreia em 1985, o Rock in Rio apostava na diversidade – ainda que sem o sertanejo. Porém, o próprio também acredita que o público que frequenta o RiR pode não ser eclético ao ponto de gostar ao mesmo tempo, por exemplo, de rock e sertanejo: 

“Me lembraram quando eu falei isso que o primeiro Rock in Rio também foi mais eclético. Teve Ivan Lins, Ney Matogrosso, outros artistas, mas era mais MPB, não era sertanejo. Eles são todos meus amigos, eu fico pisando em ovos para não estar sugerindo mudanças. Eu tenho impressão que a plateia é mais sectária — ou sou eu que sou sectário. Fico pensando se a plateia que gosta de sertanejo gosta de rock também.”

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De qualquer maneira, Dinho demonstra seu respeito pelo cenário musical do país como um todo. Conversando com o Estadão em junho, quando perguntado se o fato do sertanejo ser o gênero mais ouvido do Brasil o decepcionava, respondeu o seguinte:  

“Não, não. Cada um no seu quadrado. Bom para eles. Temos o nosso público, milhões de seguidores e ouvintes. Conseguimos dar turnês e há 40 anos viver disso, sabe? Não vejo como um jogo de soma-zero. Não vejo como ‘se eles estão ganhando, nós estamos perdendo’. O que caracteriza o Brasil justamente é essa variedade. Reconheço, sim, que o gênero mais popular de longe é o sertanejo, mas essa pulverização é em benefício de todos. Isso mostra certa maturidade do Brasil: atender a todos os nichos.”

Capital Inicial atualmente

O Capital Inicial encerrou a turnê “Capital Inicial 4.0” no último mês de junho, com dois shows em São Paulo, no Espaço Unimed. Iniciada em 2022, a série de apresentações fez parte de uma comemoração dos 40 anos de carreira da banda, que também originou o álbum de mesmo nome. Com 12 faixas, o disco trouxe novas versões de clássicos dos músicos, além de participações especiais de Pitty, Samuel Rosa, Marina Sena e Ana Gabriela

Mais recentemente, o grupo tocou no chamado “Dia Brasil” no Rock in Rio, como um dos representantes do rock nacional. Agora, planejam uma excursão para comemorar os 25 anos do álbum “Acústico MTV (2000)” – um de seus discos de maior sucesso. Conforme o g1, Kiko Zambianchi, que tocou no acústico, participará do giro. O itinerário deve incluir 25 cidades e começar a partir de março de 2025.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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