Iron Maiden homenageia Paul Di’Anno durante show nos EUA; assista

Apresentação da turnê “The Future Past” em Minneapolis ficou marcada por discurso de Bruce Dickinson em homenagem ao falecido ex-vocalista

O Iron Maiden prestou nova homenagem a Paul Di’Anno, vocalista de seus primeiros dois álbuns. Desta vez, o grupo, representado na ocasião por Bruce Dickinson, se manifestou durante show no Xcel Energy Center em Saint Paul, Minnesota, Estados Unidos, na última terça-feira (22).

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Di’Anno teve sua morte confirmada na última segunda (21). Ele tinha 66 anos. A causa não foi informada, mas sabe-se que o artista lidava com uma série de problemas de saúde.

Antes de tocar a música “The Time Machine”, Dickinson, responsável por substituir Di’Anno na banda, declarou inicialmente o seguinte (via Blabbermouth):

“Então, a próxima música na verdade se chama ‘The Time Machine’. E eu estava assistindo ‘De Volta Para o Futuro’ na TV ontem à noite e é verdade. São 1,21 gigawatts de potência que você precisa para colocar um DeLorean através do portal do tempo. Normalmente eu conto uma história sobre isso e nos divertimos um pouco. Mas hoje à noite… eu não quero oferecer desânimo aos procedimentos, porque nosso amigo, nosso membro da banda Paul Di’Anno faleceu, como vocês provavelmente sabem. E se você não estava ciente desse fato, você está agora.”

Em seguida, Bruce fez uma série de elogios ao colega. Ele afirmou:

“Paul foi fundamental nos dois primeiros álbuns [do Maiden], foi inovador com ‘Killers’ e o primeiro álbum. Uma voz incrível, foi devoto ao rock and roll até o último minuto de sua vida. Então… para aqueles de vocês que eram nascidos e ainda se lembram daqueles primeiros álbuns, quando obviamente eu não estava na banda e ele estava, e aqueles de vocês que eram fãs das coisas que ele fez com o Battlezone e seus próprios projetos depois, e para qualquer outra pessoa que queira ouvir faixas como ‘Remember Tomorrow’ e coisas assim, que são absolutamente incríveis, vou pedir a todos que tirem alguns segundos para fechar os olhos em silêncio e dizer, internamente, mentalmente — se você acredita em Deus, se você não acredita em Deus, na verdade não importa; apenas acredite no que você acredita e diga: ‘obrigado, chefe, por ter feito o que você fez’.”

Após uma pausa de alguns segundos, o frontman concluiu:

“Então, Paul, se você estiver ouvindo, esta é uma pequena mensagem de Minneapolis para onde quer que você esteja, em cima ou embaixo, Minneapolis, para Paul Di’Anno, grite para mim.”

Veja a seguir.

O Maiden passou por Minneapolis com a turnê “The Future Past”, que será encerrada no Brasil nos dias 6 e 7 de dezembro. Ambas as apresentações acontecem no Allianz Parque, em São Paulo, com o Volbeat na abertura.

Homenagem também nas redes

Na segunda (21), o Iron Maiden já havia se manifestado sobre a perda de Paul Di’Anno por meio de nota nas redes sociais. O texto contém uma declaração do baixista e membro fundador Steve Harris.

Leia a seguir.

“Estamos todos profundamente tristes ao saber do falecimento de Paul Di’Anno hoje mais cedo. A contribuição de Paul para o Iron Maiden foi imensa e nos ajudou a seguir o caminho que temos trilhado como uma banda por quase cinco décadas. Sua presença pioneira como frontman e vocalista, tanto no palco quanto em nossos dois primeiros álbuns, será lembrada com muito carinho não apenas por nós, mas pelos fãs ao redor do mundo.

‘É muito triste que ele tenha partido’, comenta Steve Harris. ‘Entrei em contato com ele recentemente, quando trocamos mensagens sobre o West Ham e seus altos e baixos. Pelo menos ele ainda estava se apresentando até recentemente, era algo que o mantinha ativo, estar lá sempre que podia. Ele fará falta para todos nós. Descanse em paz, companheiro’.

Ficamos muito gratos por termos tido a chance de nos encontrar alguns anos atrás e passar um tempo com ele mais uma vez. Em nome da banda, Rod e Andy, e de toda a equipe do Iron Maiden, estendemos nossas mais profundas condolências à família e amigos próximos de Paul. Descanse em paz, Paul.”

Sobre Paul Di’Anno

Di’Anno gravou os álbuns “Iron Maiden” (1980) e “Killers” (1981), saindo para a entrada de Bruce Dickinson. Seu primeiro projeto após deixar a banda foi o Di’Anno, com sonoridade mais comercial. O nome foi reaproveitado na virada do século, com uma banda formada apenas por instrumentistas brasileiros.

A seguir fundou o Battlezone, com sonoridade mais pesada. O grupo existiu entre 1985 e 1989, retornando brevemente em 1998. Na sequência veio o Killers, que teve no álbum “Murder One” (1991) o trabalho mais elogiado do vocalista fora do Maiden.

Também gravou e excursionou com Gogmagog, Praying Mantis, Scelerata e Architects Of Chaoz, entre outros. Nos últimos anos, participou do Warhorse, com músicos croatas, aproveitando sua estadia no país para tratamento visando readquirir independência de locomoção.

Nos últimos anos, os fãs acompanharam os problemas de saúde de Paul Di’Anno. Uma mobilização mundial foi feita para que o cantor pudesse ter acesso a um tratamento para lidar com problemas em seus membros inferiores.

Paz com ex-colegas de Iron Maiden

Após décadas de conflitos, Paul Di’Anno conseguiu fazer as pazes com os antigos parceiros de Iron Maiden. Mais notadamente, Steve Harris e o empresário do Maiden, Rod Smallwood, além de Bruce Dickinson, que o substituiu na banda.

Em maio de 2022, enquanto se preparava para ser submetido a uma cirurgia no joelho em Zagreb, na Croácia, Di’Anno esteve em um show do Iron Maiden. Por lá, teve a oportunidade de rever Steve e Rod. Em um momento raro, os dois conversaram sobre futebol e outras amenidades. assistiu ao show do Maiden em seguida.

Posteriormente, foi anunciado que a banda cobriria os custos restantes da cirurgia de seu antigo integrante, o que concluiu uma vaquinha realizada online nos meses anteriores.

Conforme Paul, atualmente eles mantêm uma relação amigável e, mesmo que não se vejam com frequência, costumam trocar muitas mensagens pelo WhatsApp. Em entrevista ao site BraveWords, o artista revelou que ambos conversam sobre futebol e que até já ligaram um para o outro.

Ele disse:

“Eu e Steve conversamos muito. Sabe, estamos sempre nos falando no WhatsApp, principalmente sobre futebol, sobre o time do West Ham e coisas assim. Ele me ligou alguns anos atrás, quando ele estava nas Bahamas. E eu estava congelando de frio na Inglaterra. Eu perguntei: ‘de onde você está ligando?’. E ele me disse: ‘estou nas Bahamas’. Falei: ‘ah, vá se f#der’ (risos). Mas mantemos muito contato e encontrá-lo foi absolutamente incrível. Eu gostei. Espero que ele também tenha gostado (risos).”

A respeito do encontro anos atrás, o cantor já havia destacado a importância do momento. Ao The Metal Voice, pouco depois da ocasião, ele contou (via Blabbermouth): 

“Eu e Steve trocamos mensagens sobre futebol no passado. Mas, na verdade, não nos encontrávamos cara a cara há muito tempo. E foi incrível, porque vi sua irmã, Linda, primeiro, que eu não via há cerca de 30 anos. E então ver Steve foi incrível e também Rod Smallwood [empresário do Maiden] fez todo o meu ano. Foi fantástico […]. Foi bem emocionante. Se tivesse sido a primeira vez que tivéssemos nos falado em 30 anos, talvez tivesse sido um pouco mais estranho. Mas, como eu disse, costumamos falar sobre futebol e coisas do tipo e Steve me ligou algumas vezes de [sua casa nas] Bahamas.”

Já no último dia 13 de julho, os fãs foram pegos de surpresa com imagens de Bruce Dickinson e Paul Di’Anno juntos. O vocalista dos primeiros discos do grupo e seu sucessor nunca haviam sido registrados em vídeo ou fotos juntos até então. O ambiente parecia de harmonia, com direito a troca de gentilezas.

Antes do ocorrido, Di’Anno concedeu entrevista ao site Misplaced Straws. Ciente de que o encontro em Zagreb, Croácia, aconteceria em breve, o cantor tratou de criar um clima propício. Sem a língua solta e ferina de outrora, declarou seu respeito pelo colega de profissão.

“Já nos encontramos antes. Vocês, pessoas da imprensa, continuam colocando as coisas, dizendo que há uma guerra entre Bruce e eu. Não há. Sim, somos dois cantores completamente diferentes. Tivemos algumas alfinetadas ao longo dos anos, como uma pequena brincadeira, mas nada espetacular. Vou ver Bruce no sábado. Dar um abraço nele, dizer olá. Ficar juntos por cerca de meia hora. E então farei uma sessão de autógrafos em um clube, além de tocar três músicas do Maiden com uma banda local.”

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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