O raro guitarrista que Ritchie Blackmore faz questão de elogiar

Músico foi descoberto pelo ex-Deep Purple e Rainbow através da banda que o revelou para o mundo

Ritchie Blackmore não é uma figura que costuma oferecer muitos elogios a seus pares de instrumento – ao menos publicamente. Uma das exceções é Jeff Beck, a quem o temperamental guitarrista não poupa nos confetes.

Em entrevista de vídeo repercutida pelo American Songwriter, o ex-Deep Purple e Rainbow falou sobre o impacto que sentiu ao ouvir “Shapes of Things”, do Yardbirds, em 1966. A composição é considerada o primeiro rock psicodélico a ter feito sucesso. Dois anos mais tarde, o próprio Beck a regravaria com seu supergrupo no álbum “Truth”.

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Blackmore revelou sua reação:

“Eu pensei: ‘Meu Deus, quem diabos é esse? Isso não deveria ser permitido. É bom demais’. Sou fã desde então. O Yardbirds estava muito à frente de todas as outras bandas. Eles eram fantásticos.”

Ritchie Blackmore e Jeff Beck

Ritchie ainda destacou a humildade do ídolo, que chegou às raias do insuportável para alguém como ele.

“Ele sabe como tocar uma nota. Sua alma vem através de seu timbre, assim como de suas notas. Toda vez que eu o digo isso ele responde: ‘Oh, Blackmore, vamos lá. Pare de falar besteira’. E eu retruco: ‘Jeff, você nunca consegue aceitar um elogio’. Ele é um cara meio introvertido. Mas que músico natural e fantástico.”

Ainda assim, nem sempre a relação foi de flores. Quando os dois se conheceram, em uma sessão de estúdio com Jimmy Page, Blackmore lembra de ter dito: “Eu nunca ouvi falar de você, mas deveria, porque você é muito bom”. Três anos depois, Beck parece ter dado o troco.

“Cerca de três anos depois, eu o vi em outro lugar, e ele era um nome muito grande naquela época. Ele veio até mim e perguntou: ‘Qual é seu nome?’ Eu disse: ‘Bem, Ritchie’. Ele falou: ‘Não, eu nunca ouvi falar de você’. Então, ele me retribuiu. Mas eu não quis dizer isso como um insulto. Para alguém ser tão bom, para mim não ter ouvido falar deles no circuito em 1963, 64, era incomum.”

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Mesmo assim, a admiração não cessou. Em uma entrevista de 1975 com o International Musician and Recording World, resgatada pela Classic Rock, Ritchie disse:

“Sempre que assisto Beck, penso: ‘Como diabos ele está fazendo isso?’ Ecos de repente vêm do nada. Ele pode tocar uma passagem muito silenciosa sem sustentação e, no segundo seguinte, de repente, correm pelo braço com toda a sustentação saindo. Depois de tocar por um certo tempo, é bom poder pensar na guitarra. Eu sei que ele faz isso pela escolha das notas que toca. Alguns guitarristas tocam apenas o que as mãos querem tocar. Eles não tocam o que a cabeça quer tocar. Sua cabeça deve dizer às suas mãos para onde ir.”

Jimmy Page e Eric Clapton, os outros guitarristas do Yardbirds

Curiosamente, na mesma matéria, Ritchie Blackmore declarou não ter a mesma admiração pelos outros grandes guitarristas da história do Yardbirds.

“Não fico muito impressionado com Jimmy Page e Eric Clapton. Nunca entendi o que os outros enxergam em Clapton. Mas ele é um bom cantor.”

Sobrou espaço para destacar dois outros nomes, incluindo um ícone do rock progressivo.

Mike Bloomfield é muito bom. Steve Howe sempre foi um bom guitarrista.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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