A opinião de Bruce Kulick sobre suposto playback do Kiss em seus anos finais

Guitarrista exaltou Paul Stanley e explicou teoria sobre cantores com registros muito altos

O guitarrista Bruce Kulick foi questionado sobre o que pensa sobre cantores que usam bases pré-gravadas durante as apresentações ao vivo para disfarçar o fato de não alcançarem mais as notas altas. Obviamente, a ideia era fazê-lo criticar o ex-colega Paul Stanley, frontman do Kiss.

A pergunta veio do canal do YouTube Syncin’ Stanley – de nome autoexplicativo – durante recente aparição na convenção Spooky Empire em Orlando, Flórida, Estados Unidos. Apesar de ter ficado magoado por sequer ter sido convidado para o último show da banda, o instrumentista defendeu o antigo patrão.

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Ele disse, conforme repercussão do Blabbermouth:

“Eu não estudei tudo — sei que havia pessoas fazendo provas em vídeo e a coisa toda, há muitos vídeos por aí que mostram o que estava acontecendo com as faixas de apoio. Eu sei que em um ponto [o empresário de longa data do Kiss] Doc McGhee finalmente deixou escapar que era isso que estava acontecendo. Sempre senti que, honestamente, o Kiss é muito mais do que apenas isso. Eles queriam fazer esse show e iriam tentar fazer de qualquer maneira que fizessem. E não é justo eu julgar isso.”

Integrante do grupo de 1984 a 1996, Bruce preferiu enfatizar o fato de que os fãs continuaram comparecendo mesmo com as dúvidas suscitadas.

“Tudo o que sei é que eles fizeram muitos fãs felizes. Eu prefiro quando as pessoas — como eu sei que Jon Bon Jovi não quer se apresentar se ele não sabe cantar. Mas não posso culpar Paul por ir lá e fazer um grande show, mesmo que fosse com alguns desses — a ajuda, digamos assim, ok? Então, foi uma coisa estranha.”

Bruce Kulick, Paul Stanley e cantores de registro alto

Kulick ainda destacou os obstáculos que a idade avançada traz para vocalistas que se valem de tons altos nas canções originais. O caso específico de Paul Stanley, especialmente nos anos 1980 e 90.

“Eu sempre me sinto mal pelos cantores que eram conhecidos por essas coisas de registro agudo continuarem. Mas sei que esse canal se divertiu muito com isso… Mas não importa como alguém queira olhar para isso, Paul Stanley é um ícone e ele sempre será amado por todos. E eu sou grato que eles finalmente terminaram, e a ‘Kisstory’ agora tem 50 anos.”

Anteriormente, o empresário Doc McGhee já havia falado ao mesmo canal sobre o assunto. À época ele declarou:

“Paul canta todas as faixas (pré-gravadas), então ele canta (ao vivo) com todas elas. Então, não está dublando. Ele canta mesmo. É uma melhora. É apenas parte do processo para garantir que todo mundo ouça as músicas da forma que elas deveriam ser cantadas inicialmente. Ninguém quer ouvir as pessoas fazendo coisas que não são reais, não é isso que elas vieram para ouvir.”

Playback nos shows do Kiss

Desde o início de 2019, quando o Kiss começou a turnê de despedida “End of the Road”, Paul Stanley já era alvo de acusações por usar playback nos shows. Alguns vídeos na internet surgiram para reforçar a tese. O uso de material pré-gravado divide opiniões, principalmente pelo fato de que o baixista e também cantor Gene Simmons era um grande crítico da prática até alguns anos atrás.

Um internauta reuniu vídeos de seis shows diferentes do Kiss para mostrar que Stanley está cantando exatamente igual em todas as apresentações. Isso pode ser um sinal de que a voz está pré-gravada, visto que é humanamente impossível performar seis vezes a mesma música de forma idêntica.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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